Quando aceleramos um veículo híbrido ou 100% elétrico, estamos gastando parte de sua energia. A frenagem regenerativa visa a redução da velocidade do veículo sem a necessidade de uso do pedal do freio, ao mesmo tempo que utiliza a própria rotação do carro, via energia cinética, como geradora de energia. Essa mudança busca trazer o setor automotivo para uma perspectiva mais sustentável.
Com essa possível mudança, poderemos passar por uma grande transformação no setor, em que os carros não precisarão necessariamente de um carregamento para manter o seu funcionamento.
Quer entender como funciona a frenagem regenerativa e os desafios que ela traz para mecânicos e oficinas? Continue a leitura!
COMO FUNCIONA A FRENAGEM REGENERATIVA?
A frenagem regenerativa é uma tecnologia que tem como foco a recuperação da energia que é liberada quando há a desaceleração de um veículo, com o intuito de maximizar a durabilidade da bateria.
O uso do motor elétrico oferece uma série de vantagens para o veículo, devido à sua alta eficiência. Uma das principais vantagens é o fato desse tipo de motor atuar como uma espécie de gerador, aproveitando a rotação do veículo em desaceleração.
Essa geração de energia acontece porque, quando o motorista deixa de acelerar, o motor elétrico passa a agir como um gerador, utilizando a energia cinética que mantém o veículo em movimento mesmo sem o acelerador estar acionado — e essa energia recarrega a bateria.
Em um exemplo simples, suponha que em um final de semana, você está descendo a serra para a praia. Nesse tipo de viagem, a aceleração é quase nula, afinal, a força da gravidade leva o carro até o fim da estrada. Nesse cenário, ao utilizar a frenagem regenerativa, chega-se ao destino com a bateria recarregada.
O CONTROLE É DO MOTORISTA
A utilização do sistema de frenagem regenerativa, dependendo do modo escolhido, pode fazer com que o carro reduza a velocidade com mais força que seria com o sistema desligado.
Esse controle de redução e recuperação de energia é feito pelo motorista, que define como o veículo vai desacelerar após a retirada do pé do acelerador, ou seja, se continua a se deslocar de maneira livre ou se a redução de velocidade é mais rápida com o intuito de recuperar mais energia.
Uma das características do modo de regeneração, está no fato que, dependendo da potência escolhida, é possível que o condutor nem necessite mais de um pedal de freio, pois a desaceleração poderá ser quase que instantânea.
Mas fique tranquilo, isso não acarretará problemas de segurança, pois se você estiver em um modo de frenagem regenerativa mais elevado, assim que tirar o pé do acelerador e ativar a frenagem regenerativa, as luzes de frenagem se acenderão e os demais motoristas da pista serão alertados.
QUAL É O MOMENTO IDEAL DE UTILIZAR A FRENAGEM REGENERATIVA?
Como o sistema de frenagem regenerativa reduz a velocidade de maneira rápida após a retirada do pé do pedal, o ideal é que ele seja utilizado no trânsito urbano. Utilizar o sistema em rodovias, por exemplo, com os demais veículos em alta velocidade é um ato bastante contraindicado — a não ser em descidas de serra.
Nesse cenário, o recomendado é que você desligue o sistema de frenagem regenerativa, até para evitar que os veículos que vierem atrás não fiquem confusos com as sinalizações de freio que podem acontecer sempre que você tirar o pé do acelerador.
Mas quando voltar ao trânsito urbano, com seus semáforos e tráfego intenso, o sistema de frenagem regenerativa terá espaço para trabalhar possibilitando que você recupere bastante energia extra para aumentar seu alcance,
QUAL DESAFIO A FRENAGEM REGENERATIVA OFERECE PARA AS OFICINAS?
Em 2014, quando o sistema ABS se tornou obrigatório em veículos novos, as oficinas tiveram de lidar com o desafio de otimizar a manutenção, que passou a ser mais complicada. Isso porque, nos veículos mais novos, até uma simples troca de pastilhas pode acabar em problema. Em muitas situações, é necessário o uso de ferramentas especiais.
Com o crescimento da frota de veículos híbridos e elétricos, os desafios para os mecânicos se tornam ainda maiores. O freio regenerativo, para funcionar de maneira plena, requer a combinação de uma série de elementos, que vão desde o motor a combustão até o banco de baterias.
Assim, descobrir a origem dos problemas será o grande desafio, afinal, nesse sistema, a causa de um desgaste excessivo de pastilha, por exemplo, pode estar em uma falha de softwares e não em um problema mecânico.
Ainda, as oficinas brasileiras terão que se adaptar a essa nova realidade. Afinal, a utilização de carros elétricos não é uma tendência passageira, pois, com a evolução das tecnologias e barateamento, o domínio dos carros híbridos e 100% elétricos tende a ser cada vez maior.
Logo, quem não estiver disposto a se adaptar a essa nova realidade ficará para trás e correrá o risco de perder clientes para a concorrência.
A PALAVRA-CHAVE É QUALIFICAÇÃO
Como estamos em um processo de transição, é de suma importância que os mecânicos e oficinais se preparem para esse novo momento. Para dar conta da manutenção desses veículos, o mecânico precisa passar por uma formação avançada em veículos elétricos e híbridos.
Desse modo, quem começar a se qualificar a partir de agora, estará muito mais pronto para lucrar quando o domínio desses modelos se consolidar. Mas além da qualificação é essencial contar com os equipamentos certos e o ferramental adequado para realizar os diagnósticos precisos.
Isso porque, estamos falando de um sistema que tem muitas nuances. Portanto, ao alinhar uma estrutura adequada a uma equipe qualificada, a oficina estará pronta para lidar com esse novo desafio.
Esperamos que, após a leitura, você tenha entendido o que é a frenagem regenerativa e como esse modelo de sistema de freios contribui para o meio ambiente e para a autonomia dos veículos híbridos e elétricos.
Uma das grandes preocupações em relação aos veículos elétricos era se a rede elétrica atual daria conta de um tráfego dominado por veículos desse tipo. Mas com a frenagem regenerativa, a pressão em cima do fornecimento de energia tradicional tende a diminuir consideravelmente.
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