Com um sistema de direção defeituoso, um carro não pode rodar, pois qualquer problema nesse sistema pode custar caro e trazer grandes problemas de segurança. Por isso, o bom diagnóstico do sistema de direção é uma tarefa muito importante que exige conhecimento e profissionalismo do mecânico. Para a correta análise desse problema, é importante que o profissional analise desde o feedback dado pelo condutor do veículo até os sinais que o automóvel dá, de que algo não está funcionando de maneira correta, como por exemplo, o terminal de direção.
Um dos problemas mais comuns do sistema de direção acontece no terminal de direção, que pode impedir que o carro consiga se movimentar de maneira precisa, prejudicando o controle que o motorista tem do veículo e colocando a segurança de todos na via em risco.
Neste post, vamos entender como funciona o terminal de direção e como identificar falhas nessa peça. Confira!
COMO É COMPOSTO O SISTEMA DE DIREÇÃO?
É o sistema de direção que permite que um veículo possa fazer as curvas de forma precisa e segura. Esse sistema é composto por uma série de peças que se estendem do volante, passando pela caixa de direção, braço de direção, terminal de direção e as rodas.
Todas essas peças trabalham em conjunto, transferindo o movimento realizado pelo motorista de uma para outra, ou seja, quando o condutor gira o volante em uma curva, o sistema trabalha para que esse giro se transforme no movimento da roda que direciona o carro para o lado escolhido.
COMO O TERMINAL DE DIREÇÃO FUNCIONA?
Também chamado de ponteira, o terminal de direção é uma peça pequena, com aproximadamente 15 cm, que tem como função interligar o sistema de direção com as rodas de um veículo. Essa peça é constituída por um corpo de aço, um pino esférico, uma bucha e uma coifa de borracha. Para tornar a sua movimentação mais fluida, a peça é engraxada.
Embora alguns terminais de direção sejam retos, podendo ser acoplados à roda esquerda ou direita dos veículos, a maioria dessas peças é produzida em formato curvo, com um lado correto para o acoplamento no automóvel.
Um componente importante do terminal é o pivô, que fica no interior da peça e tem como função ser a ligação entre o sistema de suspensão e o chassi do veículo. Isso faz do terminal de direção um componente com dupla importância, ou seja, além de trabalhar na transmissão de movimento do volante para as rodas, tem atuação importante na suspensão do automóvel.
COMO IDENTIFICAR FALHAS NO TERMINAL DE DIREÇÃO?
Um dos primeiros sinais de que o terminal de direção está gasto é a folga no acoplamento que provoca uma vibração na direção. Esses problemas podem acabar sendo confundidos nas oficinas com um problema relativo ao balanceamento. Nesse cenário, ao sinal de trepidação na direção, antes de mandar o veículo para o balanceamento das rodas, faça uma revisão na suspensão do automóvel.
Se após essa revisão for identificada a folga nos terminais de direção, a troca deverá ser realizada imediatamente. Depois disso, será necessário fazer tanto o alinhamento da direção quanto o balanceamento das rodas.
Por que a troca deve ser feita imediatamente? Porque além de causar a trepidação da direção, a folga nos terminais de direção aumenta o desgaste dos pneus e torna a direção mais insegura devido à dificuldade de controle do veículo.
Em casos mais graves, essa folga no terminal pode resultar em rompimento do pino mestre. Quando isso acontece, o motorista perde completamente o controle da direção do carro e isso pode gerar um grave acidente de grandes proporções.
É sempre importante ter em mente que, para que um veículo entregue a dirigibilidade esperada, com segurança, ele deverá ter a sua suspensão totalmente alinhada, incluindo o terminal de direção.
COMO DIAGNOSTICAR CORRETAMENTE UM PROBLEMA NO TERMINAL DE DIREÇÃO?
O diagnóstico correto de um problema no terminal de direção passa pela tomada de algumas medidas importantes do profissional responsável pela análise. Para começar, o mecânico deve elevar o veículo — seja utilizando um elevador ou até mesmo um macaco — para forçar a roda de um lado para o outro, com a ajuda de outro profissional.
Para identificar se há folga na peça e se ela precisa ser substituída, verifique se ela apresenta movimento radial. É importante também analisar como anda o estado de conservação da coifa, afinal, estamos falando da peça que protege todo o conjunto, ou seja, caso apresente alguma ruptura ou corte, exigirá a substituição do conjunto.
O Brasil, infelizmente, apresenta uma série de desafios para a boa conservação dos terminais de direção, devido às más condições das ruas e estradas. Esses problemas, aliados à falta de cuidado de muitos motoristas, que acabam negligenciando as boas práticas de direção, podem fazer com que os prazos para a substituição sejam reduzidos e que as recomendações dos fabricantes se tornem apenas uma referência.
Por isso, mesmo seguindo à risca as determinações do manual do fabricante, cabe ao mecânico analisar cada caso para avaliar se realmente há a necessidade de troca da peça, pois a vida útil poderá variar de acordo com as condições as quais o veículo é submetido diariamente.
O QUE FAZER PARA EVITAR FALHAS NO TERMINAL DE DIREÇÃO?
Para que a troca dos terminais de direção seja bem-feita, é necessário que sejam tomados alguns cuidados, como:
- para evitar a ruptura do pino, na hora de apertar a porca que fixa o pino na manga do eixo, não exceda o torque recomendado;
- sempre verifique o estado da contra peça, pois ela não poderá apresentar deformações e oxidação;
- para facilitar o alinhamento da direção, é importante que você memorize, ou anote, a quantidade de voltas que foram necessárias para a sua desinstalação, para dar a mesma quantidade de volta na hora a instalação da peça nova;
- não se esqueça de fazer o alinhamento do veículo.
Esperamos que, após a leitura deste post, você tenha entendido o que é, como funciona o terminal de direção e tenha a base para identificar eventuais problemas nesse componente. Quando aprende a identificar as falhas nessa peça, você tem a oportunidade de realizar os diagnósticos de maneira correta. A partir disso, assim que o cliente entrar em sua oficina alegando esse problema, você estará mais preparado para lidar com ele.
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