Todo carro é um projeto de engenharia complexa, com componentes que atendem às suas diversas peculiaridades. Porém existem alguns que estão presentes em todos eles. O cubo da roda é um deles, que está diretamente relacionado à segurança no trânsito e exige manutenção de forma constante.
Especialmente pelas irregularidades encontradas no calçamento de grande parte do país, os cuidados devem ser redobrados, pois eles afetam a vida útil dessa peça de forma contundente. Quando isso acontece, o motorista é capaz de perceber sinais que denunciam avarias, recomendando a troca.
Quer saber quais são os problemas mais comuns no cubo da roda e como solucioná-los? Com a ajuda do Jaison José de Picoli, responsável pela área na Fremax, listamos os principais tópicos sobre o tema. Confira!
O que é o cubo da roda?
Qualquer reparador que esteja há mais tempo no mercado notou a mudança gradual do sistema de freio a tambor para o sistema a disco, mas também deve ter percebido que o cubo de roda segue presente em todos os carros. As funções dessa peça são muitas. Desde, servir como um suporte para componentes do freio, fixar os parafusos da roda até permitir que a junta homicinética transfira o torque para as rodas do automóvel.
É dessa forma que o carro entra em movimento e pode ser domado pelo motorista, que terá o pleno controle sobre a direção por meio dessa interface entre as peças fixas e girantes. Isso, claro, quando a manutenção é feita corretamente e nos prazos indicados pelo fabricante. Embora seja uma peça com boa vida útil, o passar do tempo e algumas condições de uso podem ser nocivas para ela.
Quais os problemas comuns no cubo da roda?
Mesmo com boa durabilidade, como já mencionamos, a falta de cuidados de alguns motoristas aliada às condições das nossas vias funcionam como um fator de risco para o desgaste prematuro da peça. Abaixo, listaremos alguns sinais que, quando verificados, apontam para a necessidade de manutenção ou substituição do cubo de roda.
Empenamento
Trata-se de um problema que surge com o excesso de força aplicada quando a roda é colocada, nos parafusos que unem ela ao cubo, criando irregularidades na superfície. O torque acima do recomendado também pode desencadear o superaquecimento dos rolamentos, levando ao travamento ou, até mesmo, fazer com que a roda se solte.
Ambos os cenários são indesejáveis pelos riscos que causam à segurança dos passageiros e de terceiros. Caso não aconteça um acidente — que pode, inclusive, ser bastante grave —, o proprietário terá que desembolsar, no mínimo, uma quantia considerável no conserto, pela soma de peças comprometidas.
Ruído estridente vindo do pneu
Quando um ruído estridente vindo da roda aparece, geralmente há dois possíveis culpados: sistema de freio ou cubo da roda. Para distinguir ambos é relativamente fácil, pois o segundo pode ser notado nos momentos em que o freio não é acionado. Afastando assim, as suspeitas das peças desse sistema.
A causa é o rolamento da roda, que fica dentro do cubo, e denuncia a necessidade de manutenção, pelo atrito entre metais. É comum verificar problemas como a falta de lubrificação, rachaduras e desalinhamento, que comprometem o cubo da roda como um todo.
Vibração e folga no volante
Outro sintoma que está associado a problemas no cubo da roda é a constatação de vibração e folga no volante. Tal sinal pode ser percebido mesmo em baixa velocidade, com o agravamento do problema quando o carro passa a andar mais rápido.
Essa vibração também se traduz em folga na direção, sendo perceptível especialmente nas curvas, e os prováveis culpados são o cubo da roda e o respectivo rolamento, quando desgastado. É o tipo de sinal que tira a confiança do motorista no veículo — e com toda razão —, e por isso, o mais indicado é investigar e consertar o defeito.
Pneu e roda com jogo quando suspenso
Também há um outro tipo de som que pode indicar problemas no rolamento, apontando o fim da vida útil da peça. Nesse caso, o barulho é notável mas não chega a gerar incômodo aos ouvidos leigos. E por isso, costuma ser negligenciado, sendo um ruído de frequência mais grave e que pode ser diagnosticado ao levantar o veículo do chão colocando o pneu para correr livre.
Como evitar problemas no cubo da roda?
Os cuidados com esse componente servem tanto para prolongar a sua vida útil quanto para evitar acidentes. Atenção! Acidentes são consequências previsíveis para problemas nesse conjunto de peças. A primeira dica é não trafegar com cargas superiores às recomendadas, pois o excesso de peso é um dos fatores que abreviam a duração do cubo da roda.
Segundo o nosso entrevistado, a utilização de pneus diferentes dos originais também gera problemas a médio prazo. Em qualquer cenário, o ideal é que sejam feitas revisões a cada 20 mil quilômetros rodados, sempre com atenção especial a esse componente.
Durante a manutenção de rotina deve se verificar se há folgas, se a lubrificação está em dia e o estado da vedação. Essas revisões podem ser antecipadas caso o motorista do veículo note sinais de desgaste ou tenha passado por poças d’água e alagamentos que tenham coberto a roda até a altura do cubo.
Quais são as principais maneiras de solucionar esses problemas?
A instalação do cubo da roda já é uma boa oportunidade para solucionar problemas e evitar que eles apareçam com o tempo. A lubrificação adequada junto à aplicação do torque recomendado pelo fabricante são diferenciais simples e que ajudam a prolongar a duração da peça.
Outra maneira de solucionar problemas é utilizar sempre peças originais ou de qualidade semelhante, dentro das especificações da montadora. Esse é um cuidado que não se reflete apenas na durabilidade da peça, e sim na própria segurança no trânsito.
O cubo da roda é um componente com muitas funções dentro do projeto de um automóvel, por isso, merece a atenção do proprietário e dos reparadores. As trocas devem ser realizadas sempre que surgir algum dos sinais que foram mostrados no texto ou atingir os 70 mil quilômetros, que costuma ser o limite de duração da peça.
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