Os motoristas profissionais e aqueles que viajam com frequência já sabem que descer uma serra exige atenção redobrada. Quando o cenário é composto por curvas fechadas e pistas inclinadas, é preciso reduzir a velocidade a todo momento, o que coloca o sistema de freios sob forte demanda. É justamente nesses momentos que o superaquecimento dos freios pode se tornar um risco real.
Porém, você sabe por que isso acontece? Quais os perigos envolvidos? Como dirigir com mais cuidado em trechos de descida prolongada? Falaremos sobre tudo isso e vamos mostrar os sinais que o carro pode apresentar em caso de aquecimento e o que fazer para evitar complicações maiores.
Continue a leitura e saiba como evitar o superaquecimento dos freios e aumentar a sua segurança!
Por que os freios aquecem em descidas longas?
Durante a descida, a gravidade faz com que o carro ganhe velocidade com mais facilidade. Então, para manter o controle, muitos motoristas acabam pisando constantemente no pedal do freio. Esse uso repetido e contínuo gera calor, já que o sistema de frenagem funciona por meio de atrito entre as pastilhas e os discos.
Quanto maior o uso, maior a temperatura. Nos trajetos longos, como descidas de serras, essa temperatura pode ultrapassar o limite de segurança, afetando o desempenho dos freios. O problema é que, na hora que o calor se acumula, o atrito diminui. Aí o sistema começa a perder sua capacidade de parar o carro com eficiência.
Além disso, o fluido de freio — responsável por transmitir a força do pedal para as rodas — pode sofrer com o excesso de calor. Quando ele ferve, pode gerar bolhas de ar na tubulação, prejudicando muito o funcionamento do sistema e causando aquele famoso “pedal borrachudo”, que acontece quando o pedal afunda e a resposta é quase nula.
Quais os principais riscos do superaquecimento dos freios?
Claramente, o primeiro e mais preocupante é a perda de resposta na frenagem. Esse cenário pode acontecer de maneira gradual ou repentina, dependendo da intensidade do uso e do estado do sistema. Aí o veículo pode começar a demorar mais para responder ou até mesmo deixar de frear completamente.
Outro ponto crítico é o desgaste prematuro dos componentes, pois tanto pastilhas, discos, fluido quanto lonas e tambores sofrem com a temperatura elevada, o que pode causar deformações, rachaduras ou falhas permanentes. Isso significa que, mesmo depois da viagem, o sistema pode já não estar mais em condições ideais de uso.
Por fim, há o risco de acidentes. Uma descida de serra mal administrada pode se transformar numa situação de perda de controle, com chances reais de colisões, saídas de pista ou tombamentos, ainda mais em veículos mais pesados ou carregados.
Como evitar superaquecimento de pastilha de freio?
Um freio superaquecido é um grande problema. Mas a boa notícia é que é totalmente possível evitar esse tipo de situação com alguns cuidados que não exigem tanto do motorista.
A seguir, listamos medidas que fazem toda a diferença na segurança e na preservação do sistema de freios. Veja só!
Use o freio motor a seu favor
Esse é o primeiro recurso que deve ser considerado ao encarar uma serra. Reduzir a marcha antes da descida faz com que o próprio motor ajude a segurar o veículo, evitando que toda a tarefa fique concentrada nos freios. Esse tipo de controle mecânico é muito mais confiável e seguro quando o objetivo é manter uma velocidade constante sem forçar o sistema.
Escolha a marcha correta para o trecho
Não adianta nada você reduzir por reduzir. É preciso escolher uma marcha compatível com o tipo de inclinação e com o peso do carro. Sendo assim, a recomendação geral é usar marchas baixas, como a terceira, dependendo da situação.
Em veículos automáticos, vale verificar se há opção de modo manual ou modo de condução para subidas e descidas. Muitos modelos já oferecem esse tipo de recurso no câmbio.
Evite manter o pé no pedal por muito tempo
Estamos falando aqui de uma das atitudes mais prejudiciais. Afinal, manter o freio pressionado continuamente causa o temido acúmulo de calor, que vai minando a capacidade de resposta. O ideal é frear com toques intercalados, somente quando necessário, e confiar no freio motor para manter o controle da velocidade.
Faça a manutenção preventiva do sistema de freios
Antes de viajar, principalmente se o trajeto inclui trechos de serra, é importante verificar as condições das pastilhas, discos, lonas, tambores e fluido. Pastilhas, lonas gastas ou discos, tambor com desgaste irregular comprometem o desempenho. Já o fluido de freio precisa ser trocado conforme a recomendação do fabricante.
Por causa desses motivos e também da integridade de outras peças, é fundamental que você nunca negligencie a revisão.
Preste atenção ao peso do veículo
Como você já sabe, quanto mais carregado o carro, maior será a demanda sobre os freios, o que é bastante comum durante viagens com bagagem extra ou reboques, por exemplo. Nesses casos, o uso do freio motor se torna ainda mais importante, já que o sistema de frenagem terá que lidar com uma carga adicional em todas as curvas e inclinações.
O que fazer se notar sinais de superaquecimento dos freios?
Mesmo com todos os cuidados, é possível que o sistema comece a apresentar sinais de sobrecarga. E é justamente aí que o motorista precisa agir com calma, responsabilidade e rapidez.
O primeiro sintoma costuma ser a perda gradual da eficiência do sistema, que começa a não responder satisfatoriamente aos comandos do motorista. Também é comum sentir cheiro forte de material queimado, que pode indicar o superaquecimento do material de atrito. Em alguns casos, o carro começa a vibrar ao frear ou fazer ruídos incomuns.
Se isso acontecer, a recomendação é procurar um local seguro para parar o veículo quanto antes: lembre-se de que o sistema precisa de tempo para esfriar. Jamais tente resolver a situação pisando ainda mais forte no freio porque isso só vai agravar o problema.
Com o carro parado, acione o freio de estacionamento com cuidado e aguarde alguns minutos. Não jogue água nas rodas nem tente resfriar os discos à força, pois a mudança brusca de temperatura pode causar trincas nos componentes. Se o problema persistir ou se você tiver dúvidas sobre a segurança do sistema, o ideal é chamar ajuda de um profissional e não arriscar continuar a viagem.
Por que dirigir com cuidado em serras é sempre a melhor escolha?
Todo sistema de freio tem um limite, e quando esse limite é ultrapassado, os riscos aumentam muito. Por isso, conduzir com atenção redobrada em descidas longas não é exagero, é prudência. Saber usar o freio motor, respeitar os limites de velocidade e realizar manutenções frequentes são atitudes que garantem mais tranquilidade para quem está dirigindo e para todos ao redor.
Por meio de uma condução preventiva, você protege seu veículo, evita gastos desnecessários e, o mais importante, mantém a segurança de todos que compartilham o trajeto com você. Afinal, estrada segura é aquela em que cada motorista faz a sua parte, não é mesmo?
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